MAHLE Metal Leve - Resultado no 4º trimestre/2015
Aumento das despesas afetam margens
24 de Março de 2016
O resultado da MAHLE Metal Leve no 4T15 foi marcado por forte pressão nas margens operacionais, considerando que para o perfil da companhia e seus segmentos esperávamos que os efeitos do desempenho no Aftermarket e nas exportações mitigariam a contração na produção e vendas no mercado doméstico.
Destacamos a relativa estabilidade das receitas no trimestre, comparadas com o mesmo período do ano anterior devido ao desempenho muito ruim do segmento OEM (montadoras) e Aftermarket no mercado doméstico.
Além disso, os altos custos e despesas foram fatores determinantes para a redução das margens da companhia no período. O principal motivo foi o evento não recorrente resultante da descontinuidade das operações da Mahle Forjas.
Nesse sentido, avaliamos o resultado do trimestre como fraco. Por outro lado, devemos considerar que as margens da companhia permanecem elevadas, mostrando que o declínio visto no 4T15 não é motivo de preocupação, já que a administração da companhia permanece focada em manter os níveis de rentabilidade.
Desempenho por mercado
O desempenho no mercado externo permanece com forte aumento da receita tanto no segmento de OEM quanto no segmento Aftermarket, que cresceram em torno de 55% A/A conjuntamente. O principal impacto foi a desvalorização do real em comparação ao dólar.
No Mercado doméstico, a baixa produção e vendas de veículos tanto no segmento de veículos leves como no de médios/pesados pressionaram o segmento de OEM em cerca de 31% A/A.
Receita Líquida.
A companhia reportou receita líquida de R$ 570,6 milhões no 4º trimestre, -1.4% A/A. O principal impacto veio do mercado interno no segmento de OEM, bem como no segmento de Aftermarket, que caíram 29,2% A/A e 2,4% YoY, respectivamente.
Ao separar os mercados, as vendas internas totalizaram R$ 297,6 milhões, um decréscimo de 17% comparado ao mesmo período do ano anterior. As receitas do mercado externo totalizaram R$ 273 milhões, representando um aumento de 24% A/A. EBITDA e Margem. O EBTIDA ajustado foi de R$ 66,4 milhões (-19,9% A/A), registrando uma margem EBITDA ajustada de 11,6%, 2,7 p.p. abaixo do 4T14. De acordo com a companhia, esse desempenho se deve à redução nas vendas de energia excedente, assim como maiores despesas com P&D.
Endividamento.
A dívida líquida da MAHLE foi de R$ 299,1 milhões no 4T15, que é equivalente a 0,75x EBITDA 12M. No mesmo período de 2014, a dívida líquida foi de R$ 286 milhões, equivalente ao nível de 0,72x EBITDA 12M. Contudo, consideramos este um baixo nível de endividamento, uma vez que, a média da indústria está em torno de 1,5x e 2.5x.
Perspectivas.
Esperamos que a companhia mantenha o desempenho positivo no segmento de peças de reposição em ambos os mercados (interno e externo), beneficiada pela taxa cambial, o que favorece as exportações assim como inibe a entrada de concorrentes via importações.
No segmento de OEM, acreditamos que as estratégicas paradas de produção recentes possam afetar os volumes no mercado interno para esse tipo de negócio.
Não obstante o risco de mercado, tendo em vista as perspectivas da companhia, mantemos nosso target price para LEVE3 em R$ 28,00 para YE2016, assim como recomendação Outperform.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da MAHLE METAL LEVE no 4º trimestre/2015, elaborado por MARIO BERNARDES JUNIOR, CNPI Analista Chefe, E KAMILA SANTOS OLIVEIRA, CNPI, Analista, ambos do BB INVESTIMENTOS